O Ministério da Saúde começou hoje, quinta-feira, na cidade do Huambo, com
a especialização de médicos no ramo da fisiatria, para a redução da dependência
clínica e a transferência de doentes com limitações motoras para o exterior do
país.
Este projecto foi lançado no Centro de Medicina e Reabilitação Física
“Princesa Diana” do Huambo, numa cerimónia presidida pelo chefe do departamento
de Saúde Pública local, Valentim Catolo, cujo acto foi testemunhada pela
coordenadora do programa nacional de Reabilitação de Pessoas com Deficiência e
Sensória, Noelia Teixeira.
A idoneidade formativa do centro foi certificada, este ano, pelo Instituto
de Especialização em Saúde (IES), e neste contexto, o curso de fisiatria
iniciou com dez médicos angolanos oriundos de distintas províncias do país, num
ciclo de instrução válido para 24 meses nesta região do Planalto Central do
país.
Esta acção insere-se no programa do Ministério da Saúde implementado em
parceria com o Banco Mundial que prevê formar perto de 38 mil profissionais nas
diversas áreas médicas até 2027, em função do Plano Nacional de Desenvolvimento
Sanitário.
O chefe de departamento de Saúde Pública da província do Huambo, Valentim
Catolo, disse que, o sector, augura colocar, pelo menos em cada hospital
municipal, um médico fisiatra para descongestionar o fluxo de doentes nas
unidades sanitárias de referência desta região.
Sinalizou que a necessidade de se sustentar e imprimir esforços neste
processo de profissionalização, para alargar os ciclos formativos e,
consequentemente, ampliar os recursos humanos no sector da saúde, sobretudo, na
especialização em fisiatria.
Disse que estes médicos em ciclo de especialização em fisiatria serão os
potenciais multiplicadores deste curso na província do Huambo, para a
disponibilização destes serviços às populações e o tratamento pontual de
doentes com limitação motora.
Esclareceu que um médico especializado em fisiatria dedica-se na
recuperação total ou parcial dos movimentos e tem a capacidade de receitar tratamentos
em diferentes abordagens, desde a prescrição médica, sessões de fisioterapia,
curas com uso de calor ou frio terapêutico por ondas de choque, bloqueios
anestésicos e neuro-musculares.
A coordenadora do programa nacional de Reabilitação de Pessoas com
Deficiência e Sensória, Noelia Teixeira, realçou Angola apresenta uma maior
carga de traumatismos, doenças crónicas e condições incapacitantes, cujas
soluções clínicas só podem ser respondidas pela medicina de reabilitação física
ou a fisiatria.
Detalhou que com esta formação as unidades sanitárias ficam cada vez mais
fortalecidas em termos de equidade e no acesso dos serviços de saúde, bem como
e rompimento da dependência de envio de pacientes para o exterior do país e as
soluções paliativas (pacientes com assistência médica permanente).
Enfatizou que a formação de médicos em reabilitação física ou fisiatria
representa um passo promissor e necessário rumo à consideração da cobertura
universal em saúde e, também, uma aposta no cuidado centrado na pessoa na
resposta à deficiência e à superação das desigualdades históricas.
Para o êxito deste plano, acrescentou, é importante investir na capacitação
dos recursos humanos, infra-estruturas, políticas públicas integradas e na
valorização social da reabilitação como direito fundamental.
O director-geral do centro de Medicina e Reabilitação Física “ Princesa
Diana", Sabino Ramiro Adão, mostrou que, diariamente, são atendidos 700 a
800 pacientes com necessidades de serviços de fisiatria provenientes de vários pontos
do país.
Complementou que os profissionais, no centro existente desde 1979, estão
engajados no tratamento e reabilitação física dos pacientes, num processo
assumido com responsabilidade e humanização dos serviços nesta unidade
sanitária.
Na província do Huambo, também decorrem outras formações relacionadas com os Cuidados Intensivos, Médico-cirúrgico, Emergência e Trauma, Anestesiologia e Reanimação, Nefrologia, Materno e Neonatal, Saúde Comunitária e Infecciologia.
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