Os académicos e engenheiros informáticos defenderam hoje, quarta-feira, na cidade do Huambo, a necessidade de se preparar e “afinar” com urgência os serviços digitais disponíveis contra os ataques cibernéticos no país.
Esta visão foi apresentada num seminário sobre Cibersegurança e Criminalidade Associada", organizado pelo Instituto Superior Politécnico Sol Nascente da província do Huambo, que juntou estudantes universitários, membros do Governo, sociedade civil, investigadores informáticos e responsáveis de instituições empresariais.
Os especialistas em informáticas evidenciaram ser fundamental a formação de técnicos no ambiente da cibersegurança, para a protecção de dados pessoais, empresas e o enfrentar as possíveis ameaças digitais, numa altura em se abordam questões sobre a aldeia global e transferência monetária por via da Internet.
O especialista em segurança cibernética, Horácio Chiaka, alertou ser já urgente a preparação de quadros neste sector, para evitar a fragilidade e ataques nas distintas empresas angolanas, assim como a descontinuação dos programas de desenvolvimento socioeconómico do país.
Sinalizou que os ataques de negação de serviços (DoS) desenvolvidos no ambiente digital podem derrubar os sistemas tecnológicos de controlo de um determinado país, e este tipo de guerra contribui no atraso produtivo económico.
Detalhou que um ataque DoS cibernético fragiliza um sistema, serviço ou rede indisponível para usuários legítimos, cujo processo é feito através da sobrecarga com tráfego excessivo ou a exploração da vulnerabilidade dos dispositivos de controlo informático para interromper o funcionamento normal dos mesmos.
Clarificou que muitas das vezes estes procedimentos digitais são financiados, simplesmente, para desequilibrar o progresso socioeconómico.
Fundamentou que os ataques cibernéticos comprometem o progresso social, por isso, ressaltou a definição de projectos sérios relacionados com a formação de especialistas neste campo, para contrapor qualquer situação criminosa e a protecção dos interesses nacionais com o propósito de se elevar o bem-estar em benefício da população.
Americo Nambala, especialista em cibersegurança, mostrou que actualmente em Angola já registam situações de clonagem de cartões de créditos, falsificação de dados, transferências monetárias ilegais, vendas simuladas de forma on-line, crimes relacionados com a honra das pessoas e espionagem, mas aclarou ser possível inverter este quadro por via da manutenção permanente dos serviços digitais.
Esclareceu que para contrapor os ataques cibernéticos são necessárias publicações de vários relatórios sobre cibersegurança, e neste esforço, o Governo angolano está engajado no desenvolvimento de um centro nacional onde serão deliberados leis e regulamentos para a identificação dos crimes cibernéticos.
Adicionou que o país precisa também fazer evoluir a legislação das redes e sistemas informáticos, o contributo do sector académico e o papel das universidades na formação técnico-profissional.
O engenheiro informático, Lázaro Domingo, assegurou que o executivo angolano já progrediu bastante na definição de ferramentas jurídicas para a regulamentação do ambiente digital e prevenir os ataques cibernéticos.
A cibersegurança está relacionada com os procedimentos que visam a protecção de um conjunto de práticas, tecnologias e políticas de asseguramento dos sistemas de computadores, redes e dados contra os ataques cibernéticos.
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