O secretário de Estado para a Indústria, Carlos Rodrigues, lançou hoje, sexta-feira, na província do Huambo, o programa nacional de industrialização rural, para o fortalecimento da segurança alimentar e a empregabilidade no país.
O lançamento foi realizado no Polo de
Desenvolvimento Industrial do município da Caála (Huambo), num evento onde
participaram produtores agrícolas, empresários e gestores públicos
comprometidos com o desenvolvimento sustentável desta região do Planalto
Central com potencialidades económicas aceitáveis.
O programa nacional de industrialização
rural inserido no projecto “ Transforma Aqui” vai financiar micro, pequenas e
médias empresas que actuam no mercado angolano, com propósito de se promover a
diversificação da economia do país e, consequentemente reduzir a importação dos
produtos essenciais.
O secretário de Estado para a Indústria,
Carlos Rodrigues, fundamentou que este programa surge como uma resposta
concreta às exigências da diversificação económica assumida como prioridade
nacional e a necessidade de promover uma industrialização inclusiva
sustentável, particularmente, nas zonas rurais com níveis produtivos
significativos.
Afirmou que as indústrias rurais são
essenciais para a transformação estrutural da economia angolana e as mesmas
desempenham um papel crucial no cumprimento objectivo do desenvolvimento
sustentável da agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ao promoverem
a geração de rendimento, o combate à pobreza, a valorização da produção local e
fortalecimento da segurança alimentar.
Explicou que a iniciativa “ Transforma
Aqui” insere-se na estratégia do executivo para alteração estrutural da
economia nacional com a intenção de reduzir os constrangimentos que se prendem
com a excessiva dependência da indústria em relação à importação das
matérias-primas e a volatilidade do mercado cambial.
Detalhou que esta iniciativa visa
estimular uma indústria enraizada na produção nacional com base no
aproveitamento eficiente dos recursos locais na valorização da agricultura
familiar e na transformação agro-industrial no território com potencialidades
produtivas.
Disse que esta nova estrutura tem como
finalidade incentivar o potencial produtivo das zonas rurais, a
industrialização baseada na produção local e, sobretudo, criar oportunidades
reais para os pequenos empreendedores.
Sinalizou que mesmos que o programa seja
financiado pelo Estado e operacionalizado através do Fundo de Apoio ao
Desenvolvimento Agrário (FADA), o foco desta intervenção está na criação de um
ambiente institucional propício com mecanismo de articulação, acompanhamento e
responsabilização capaz de garantir o êxito e a sustentabilidade dos
investimentos priorizados.
Neste caso, continuou, as micro,
pequenas e médias empresas assumem um papel central neste processo de
industrialização rural, que com proximidade de território, flexibilidade
produtiva e a capacidade de inovação podem assegurar a transformação local,
gerar valor acrescentado e emprego, assim como contribuir decisivamente no
crescimento socioeconómico do país.
Disse que investir nestas empresas,
significa apostar no futuro da economia nacional. O “ Transforma Aqui” é uma
iniciativa piloto cujo sucesso dependerá do empenho de todos envolvidos. O
nosso objectivo é que esta experiência possa ser a curto prazo, expandida e
transformada num programa de dimensão nacional e articuladas com outras
políticas públicas de fomento produtivo”, frisou.
Na ocasião, a presidente do Conselho da
Administração do FADA, Felisbela Francisco, enfatizou que o “ Transforma Aqui”
vai permitir a valorização da produção local cujos espaços de implementação e
solicitação de créditos serão tutelados pela instituição que dirige com
propósito de se alcançar os resultados económicos.
No final, o vice-governador para o
sector Político, Social e Económico da província do Huambo, Angelino Elavoco,
mostrou que esta região tem potencialidades produtivas agrícolas aceitáveis
para a sustentabilidade do sector industrial, onde cerca de 350 mil famílias
estão envolvidas nas distintas culturas e alimentam os mercados nacionais.
Assinalou que estas famílias camponesas
produzem mais de 80 por centos da produção local, e com o empenho do Governo, a
agricultura deixou de ser um acto de subsistência e atingir proporções
concentradas para nutrir o mercado angolano.
Nesta província, precisou, já
notabilizados produções significativas de milho, feijão, a soja, arroz, trigo,
café arábica, batata-rena, a cebola, cenoura, o alho, e outras culturas capazes
de sustentar os principais mercados do país.
Neste programa de industrialização
rural, as micro empresas têm um montante financeiro fixado em 250 milhões de
Kwanzas reembolsável num prazo de sete anos, as pequenas 400 milhões de Kwanzas
e as médias empresas podem alcançar 800 milhões de Kwanzas, para a promoção do
desenvolvimento sustentável.
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