O
escritor e investigador João Miranda valorizou a atitude responsável patriótica
angolana obras literárias a “Nova Evangelização” e o “Percurso de um Combatente”,
apresentadas esta sexta-feira, na cidade do Huambo.
A sessão de
autógrafos destas duas obras decorreu no centro Cultural Manuel Rui Monteiro da
província do Huambo, num acto testemunhado pelo governador desta região do
Planalto Centro, Pereira Alfredo.
A cerimónia
contou com a participação de escritores locais, deputados do ciclo provincial,
efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA), autoridades tradicionais,
religiosas, governamentais, representantes de partidos políticos, estudantes e
membros da Brida Jovem da literatura da província do Huambo.
O escritor
João Miranda disse que a obra literária “ Nova Evangelização Precisa-se?”
dedicada as mulheres, denuncia o grito ficcional sobre o assassinato feminino
protagonizada pela arrogância masculina que se desfazem das responsabilidades
de esposo ou marido, cujo acto termina com o abandono da parceira.
Detalha na
obra a história de um homem que vive com uma mulher unidos por via do casamento
tradicional, mas sem considerar os esforços da parceira, já com uma criança por
cuidar, decide formular outra relação que se consuma com a oficialização
definitiva numa Conservatória do Registo Civil ou Cartório, cujo procedimento o
autor apelida de assassinato ficcional da parceira.
Sinalizou
que a Nova Evangelização coloca em debate a situação da poligamia clandestina,
o direito costumeiro em Angola, o casamento da união de facto, tradicional que
perde o reconhecimento na legislação e a desapropriação
dos bens das mulheres unidas aos maridos através do legado costumeiro, que tem
sido objecto de investigação nas instituições do ensino superior com curso de
Direito.
Esclareceu
que a “Nova Evangelização Precisa-se?” despista-se do conceito cristão, mas a
terminologia foi sugerida para propor a revisão dos instrumentos legais angolanos
sobre a protecção das mulheres casadas por via do direito costumeiro e atribuir
benefícios robustos, para evitar qualquer desapropriação dos bens alcançados
nos momentos em que se notarem um rompimento por parte de um dos cônjuges.
João Miranda, nesta obra, organizou o pensamento sob um paradigma ético, estético e político, numa intenção de propor novas sugestões focadas ao melhoramento das condições de vida da população através de ferramentas jurídicas mais ajustadas ao contexto angolano, onde mesmo o autor opina a necessidade de se valorizar os casamentos a base do direito costumeiro em Angola, para a protecção das mulheres.
O autor
sublinha também a necessidade de se envolver as mulheres no processo produtivo
angolanos, para o desenvolvimento sustentável quando fala da Nova
Evangelização, editada em 2020, no contexto humanista que procura defender o
direito costumeiro para blindar as esposas unidas pelo casamento tradicional.
Já no
“Percurso de um Combatente” (editada em 2024) escrito num estilo de autobiográfico,
o autor compartilha as memórias contundentes dos esforços da conquista da independência
nacional por si testemunhado desde o inicia da luta armada angolana até aos
momentos da reconciliação nacional, que sua visão este processo deve anteceder
o perdão entre os irmãos da mesma pátria, para a preservação da paz conseguida
com sacrifício.
Relatou,
nesta obra, que os colonos portugueses a partir de 1961 ocuparam quase todo
país e a maioria dos patriotas angolanos ficaram refugiados nas matas, com
pensamento focado nos planos estratégicos de libertação nacional, num percurso
que terminou em 1975, cujos eventos ferozes da guerra obrigaram a exilar-se no
Congo Democrático, onde começou a fazer os seus estudos para posteriormente
contribuir na construção da Angola independente.
Nesta obra,
realça, também a necessidade de se gravar em livros as memórias sobre os feitos
patrióticos angolanos, para a transferência de conhecimentos e abrir um diálogo
com as novas gerações no sentido de se proteger a todo custo a paz e a
consolidação da identidade angolana, cujos heróis sacrificaram-se para a
libertação da maioria.
Também
aconselha o fortalecimento dos rótulos patrióticos sem esquecer as memórias dos
heróis envolvidos na conquista da independência nacional, que completa 50 anos,
no próximo dia 11 de Novembro de 2025.
João Miranda
com 72 anos de idade, natural de Caxito, província de Bengo, licenciado em
Direito e jornalista político, é embalador de carreira, co-fundador da União
dos Jornalistas, Juristas e membro dos escritores angolanos.
É autor das obras literárias “Naguangongo, o Pachelo, o Menino Inteligente”, “Amas”, “Nova Evangelização Precisa-se? “e o “Percurso de Um Combate, Feitos e Testemunhas Principais”.
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